Perguntas essenciais para saber se seu primeiro capítulo funciona

 Olá, ferinha, olá, ferona!

    Aqui é a Tany Isuzu com outra postagem para vocês! Agora um assunto do interesse de muitos aqui: como fazer um primeiro capítulo bom? Já falamos diversas vezes sobre dicas, o que um primeiro capítulo precisa ter e a importância deles. Hoje vamos falar mais um pouco disso.

    Que o primeiro capítulo é muito importante todos já sabem, certo? É ele que definirá para o leitor se deve continuar lendo ou não. Se você não escrever algo interessante no primeiro capítulo, não temos por que continuar lendo.

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    Pergunte-se sempre ao escrever: por que meu leitor vai querer continuar lendo? Se você não chegar a uma conclusão simples, ou responder "porque a história é foda" ou qualquer semelhante, saiba que está no caminho errado. Você precisa dar um motivo para continuarmos.

    Esse motivo não precisa estar, necessariamente, atrelado ao tema ou mensagem que você quer passar com sua obra. Pode ser um suspense simples, pode ser uma pergunta boba de "o que irá acontecer a seguir", mas você precisa dar um motivo para o leitor querer virar a página ou chegar ao capítulo seguinte. Um simples "para acompanhar as aventuras dessa galerinha do barulho" serve. 

    E aqui chegamos ao assunto principal. Seu primeiro capítulo não precisa apresentar tudo, como falamos em outras postagens, ele precisa nos apresentar somente uma base para entendermos como as coisas funcionam na sua história, ao menos para o primeiro capítulo.

    E com isso, chegamos a primeira pergunta importante aqui:

Nós sabemos quem é e de onde vem seu protagonista?

    É algo que sempre repetimos, até já falei disso nessa postagem, mas precisamos de uma base. Precisamos saber quem é seu personagem principal. Você não precisa responder tudo, obviamente, mas precisamos entender um mínimo. 

    Pegue seu livro favorito, olhe com atenção o primeiro capítulo. O que você consegue tirar do personagem principal de lá? Vamos usar algumas light novels aqui do blog por exemplo: 

    Estrela Morta: conhecemos o Brayan, descobrimos que ele é incapaz de conseguir uma benção e está há anos preso na escola do Divino, que não tem pais e tem algo em seu passado que o motiva a querer poder.

    Herdeiros: conhecemos o Gustavo, sabemos que ele é convencido, descobrimos sobre a relação dele com a Isa pela perspectiva dele, descobrimos que ambos querem entrar na escola de magia do país.

    A Borboleta na Tormenta: conhecemos Isamu Fatou, descobrimos que é um japonês que mora na Alemanha devido a vários motivos familiares, conhecemos sua relação com seus dois principais amigos e somos apresentados, junto a ele, à aluna nova, Julia. Após isso, temos o pontapé da história, que é o sonho fatídico anunciando sua morte e como ele reage a ela.

    Perceba que não precisamos saber tudo sobre esses protagonistas, apenas o necessário para entender a situação atual deles e o que irá acontecer em seguida. No caso do Brayan, nós já recebemos uma dica de que ele possui acontecimentos importantes, que criam um suspense e interesse para que o leitor os descubra depois.

    No caso do Gustavo e do Fatou, nós somos apresentados a personagens aparentemente normais em situações anormais. Essas situações dão um pontapé para a trama e podem também ser o gatilho para toda a trama principal da história ou do volume, como é o caso do Isamu.

    Se você leu tudo lançado até o momento das obras mencionadas, vai saber que o que é apresentado no primeiro capítulo, obviamente, não é tudo que esses personagens tem a mostrar. Muita coisa é revelada e desenvolvia com o avançar da trama. Mas aí que entra, de novo, a parte do necessário. Sem um mínimo de base, o leitor não vai se importar ou criar qualquer curiosidade para continuar acompanhando as aventuras do barulho dessa galerinha da pesada.

    Agora, temos, ainda a questão do worldbuilding, que é importante para saber de onde eles vêm. Focando um pouco mais nas duas primeiras obras, nós temos um mundo bem mais distinto do nosso, em Estrela Morta, somos apresentados aos poderes e a um mundo totalmente novo, descobrimos de onde nosso protagonista está saindo e o que espera ele fora do Divino. Em Herdeiros, temos todo o conceito de magia do mundo da obra que nos é explicado brevemente para que possamos entender como ela funciona. 

    Apresentar o seu mundo de forma que o leitor possa se situar é tão importante quanto apresentar bem o protagonista.

    E agora vamos falar sobre outro ponto muito importante que muitos feronas falham por esquecer do funcionamento de primeiros capítulos.

Seu primeiro capítulo tem algum ponto de interesse para motivar a continuar a leitura? Ele tem algum ponto de impacto?

    Nós temos uma postagem sobre ganchos e cliffhangers já, seu primeiro capítulo tem algum desses? Seu primeiro capítulo precisa de algum desses? 

    Todas novels usadas como exemplo possuem um gancho ao final do primeiro capítulo que puxa para o próximo. Esse gancho pode ou não ser o pontapé para puxar a trama da história, como é o caso de A Borboleta na Tormenta e Estrela Morta. Ou pode ser um gancho com cliffhanger simples, como o caso de Herdeiros, que não puxa para o enredo do volume todo, apenas segue uma continuação do final do primeiro capítulo.

    Seu gancho para o primeiro capítulo não precisa puxar toda a trama da obra, do arco ou do volume, ele apenas deve dar um ponto de interesse, algo que o motivo o leitor a continuar lendo. O leitor vai querer continuar lendo para descobrir algo? Pergunte-se sempre: por qual motivo o leitor gostaria de continuar para o próximo capítulo?

    E o que seria ponto de impacto? Bom, o seu primeiro capítulo não precisa sempre trazer toda a trama de uma vez, eu até recomendo que não o faça, apresente só o essencial para termos uma ideia do que sua história se trata. Mas, ainda assim, ele precisa ter algo que nos faça virar as páginas. Às vezes pode ser toda a construção da trama com um bom gancho (vide Estrela Morta) ou você pode adicionar algum evento forte e interessante de ler (como Herdeiros).

    Ainda nessa última parte, ponto de impacto é justamente algum acontecimento que tornará seu capítulo legal. Em Herdeiros, temos um embate em que Gustavo e Mikael tentam conseguir todos os itens para vencer a prova e entrar na academia. Esse evento não está relacionado com o evento principal do volume, mas acaba por criar algo de interessante para o leitor e servir de ponte para que o autor apresente como funciona a magia.

    Se seu primeiro capítulo não tiver uma boa construção para já puxar a trama do volume, considere fazer algum acontecimento interessante, dar algo de impactante para que o leitor se anime a continuar a leitura.


    E, por fim, vamos à última pergunta:

Seu primeiro capítulo nos indica sobre a que a história veio? Nos indica o que podemos esperar dos próximos?

    Mas como assim? Bom, eu falei lá em cima que você precisa dar um indicativo do que acontecerá a seguir. Esse indicativo não precisa ser a preparação para a trama toda, nem para o arco em questão, mas você precisa dar ao leitor uma ideia do que vai acontecer.

    Se seu primeiro capítulo não tiver um indicativo do que podemos esperar, ele realmente tem algo de interessante?

    Em Estrela Morta, podemos esperar que o Brayan irá começar a treinar para se tornar mais forte e se juntará aos inimigos da escola em que ficou a vida toda. Em Herdeiros, podemos esperar um combate entre Mikael e Gustavo, já cansados dos esforços para conseguirem os itens, contra dois participantes misteriosos. Em A Borboleta na Tormenta, podemos esperar que Júlia apresentará uma forma de mudar o destino de Fatou.

    Seu primeiro capítulo precisa de algo assim. Algo que nos faça pensar "e agora, vai ser isso?" Nossas expectativas podem não se concretizar, mas ao menos temos uma ideia do que a história quer nos apresentar, se será de ação, de aventura, uma história de vingança, aventuras do barulho numa escola de magia, um suspense em que queremos saber se o protagonista sairá vivo ou não... você precisa dar esse indicativo.

    Muitos feronas falham nessa parte por achar que está tudo bem não dar qualquer indicativo. Mas não é assim que funciona. Esse indicativo do que esperar está muito ligado ao fator de interesse na trama. Se eu não tiver qualquer ideia do que esperar, como vou me interessar e querer ler mais?

    E, antes que alguns de vocês tenham ideia, não é para revelar tudo que irá acontecer de cara, deixe algumas coisas para o desenvolvimento, mas foque em deixar aquele gostinho de quero mais. Foque em ter algo que convença o leitor a continuar a história.

    Agora, vá dar uma conferida no seu primeiro capítulo. Ele responde alguma dessas perguntas? Caso não, está na hora de dar uma revisada no que pode alterar.

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