Caçadores de Reprovações - Agosto

 Olá, ferinha e ferona! Aqui está o Caçadores deste mês, faz um tempo desde a última vez que peguei este quadro, então decidi fazer algo diferente hoje.

    Então, sem mais delongas, vamos para a vítima de hoje!

Animê: Golden Kamuy

Mistério, mistério...?


    Pois bem, pois bem.

    Temos aqui uma aparente história de mistério, com, creio eu, detetives? Policiais? Não tem como saber, e é aqui que está o nosso problema.

    O autor-kun da postagem de hoje levou muito a sério a dica de que diálogos devem avançar a sua trama, mas diálogos não podem ser a única coisa na usa obra

    Uma coisa que falei bastante é a necessidade de descrever, muitos autores e revisores iniciantes pecam por achar que é preciso descrever tudo ou é necessário descrever ambientes e personagens quando isso realmente não ajudará a trama. Mas aqui temos o problema oposto: nosso autor não descreveu (nada) o que importa para a trama.

    Muito bem, vamos lá. O que temos aqui? Uma cena de mistério, sendo mais clara, uma cena de crime. Você sabe me dizer o que tem nessa cena além de uma mesa e um cinzeiro? Não. Nem eu sei. E aqui temos o primeiro sinal vermelho. A introdução descritiva é essencial em mistérios. Você deve dar ao leitor uma boa cena e informações para que ele possa visualizar e tentar resolver o enigma sozinho ou com os personagens. Como não sabemos nada sobre a cena do crime, não temos como imaginar que tipo de corpo eles encontraram ou o que poderia levar a isso, nem sabemos onde raios eles estão. A descrição do ambiente, com fatores relevantes para o caso, é essencial para criar a imersão em um mistério.

    Além disso, temos outro problema, quem são esses personagens? São detetives? Policiais? Por que eles foram lá? São coisas que não sabemos. Podemos descobrir depois, mas vale mesmo a pena? A cena de abertura é importante e o autor falhou em introduzir qualquer elemento corretamente. Note que não precisamos saber da aparência deles, mas sim o papel deles. Por que estão investigando isso? O que importa a eles?

    Por fim, temos o problema do diálogo aqui. Por mais que um diálogo expositivo ou introdutório não soe como algo natural, ele faz falta. Não sabemos quem essas pessoas são ou o que fazem, o diálogo aqui, sem o apoio descritivo ou da narração, não está conseguindo cumprir sua função. Não conseguimos acompanhar o raciocínio dos personagens porque não temos como saber o que está acontecendo. 

    Portanto, podemos tirar, com o exemplo de hoje, a importância de saber quando e o quanto se descrever. Não adianta nada, também, o autor reenviar isso com páginas e páginas descrevendo a cor do carpete do apartamento ou como era a barba dos personagens. Descreva o essencial para a cena

    E ficamos por aqui por hoje! Os comentários estão abertos para dúvidas, sugestões, observações e outros. Vocês também são sempre bem-vindos em nosso servidor do discord!

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Hinna, hinna!

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1 comentário

  1. Ótimo CdR esse mês, principalmente para mim que sempre acho que ou tem muito diálogo ou pouco diálogo no que escrevo.

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