Caçadores de Reprovações - Junho

Olá, pessoal! Como vocês estão? Hoje é dia de caça! Isso mesmo, mais um episódio do tão querido por vocês, e temido por alguns, Caçadores de Reprovações! Hoje temos algumas coisas importantes a serem comentadas, portanto, sem muitas delongas, vamos lá!








Começando com um clássico erro muito cometido por vocês, Feronas. Lembrem-se, as reticências somente possuem três pontos. Adicionar mais não ajuda a intensificar a emoção passada ao leitor, o mesmo vale para outras pontuações, como exclamações e interrogações.

Os trechos destacados “Essa porcaria de comida”, e “essa comida é uma porcaria” foram grifados, pois neles, há uma escolha ruim de palavras. São termos muito semelhantes, tanto em seus significados, quanto na forma em que foram estruturadas, basicamente repetindo o mesmo, só que alterando a ordem das palavras. E por estarem muito próximos um do outro, acabam gerando uma sensação estranha ao leitor, podendo até confundir e gerar a necessidade de uma releitura para compreender de fato o que foi escrito.

No terceiro diálogo foi sugerido a inclusão de um dicendi. Geralmente, em diálogos que envolvem dois personagens, os verbos dicendis, aqueles usados após os diálogos, que representam a ação feita ou sofrida pelo personagem falante, devem ser dosados e usados com uma frequência menor do que o costume, afinal, ler um “exclamou fulano”, ou “perguntou ciclano” a cada linha de texto é muito cansativo.

Mas por que adicionar um dicendi justo ali? Simples, já que foi apresentada de forma abrupta no texto uma nova personagem no ambiente que o protagonista se encontra, sem nenhuma descrição, ou preparo de introdução ao leitor, adicionar um dicendi seria a melhor solução, já que com ele, daria para introduzir outro personagem ao contexto narrado, além de apresentá-lo brevemente ao leitor, e já colocá-lo em ação na narrativa.

Dessa forma, poderia ficar assim:

— V-vossa alteza? — questionou Personagem 2, arqueando a sobrancelha, sem compreender as intenções de seu mestre.



Tentando ignorar a insistência em duplicar toda e qualquer tipo de pontuação visível, o que mais incomoda aqui é a própria história. Os diálogos estão bem genéricos, e apesar de darem voz própria, e uma certa personalidade aos personagens, poderiam ser muito mais convincentes dentro da proposta narrada.

Recebemos a informação de que o protagonista é uma criança, ok, ele vai até a cozinha na intenção de conseguir comida, já que a comida dada a ele anteriormente era ruim. Ele entra na cozinha, provavelmente sabendo, ou ao menos supondo que será hostilizado por quem estiver lá, leva consigo uma pessoa, que no caso era uma empregada particular, e em vez de pedir a ela que lhe faça um prato de comida, ele pede a uma empregada que claramente não gosta dele.

Por quê? Isso deveria fazer algum sentido? É simplesmente um desacordo causado pela conveniência do roteiro, acontece apenas porque sim. Por favor, lembrem-se, o leitor não é burro, narrem ações que tem algum contexto, que façam sentido, e que possam ser interpretadas e ao menos compreendidas por quem está lendo.



Minhas observações quanto a esse trecho são duas:

O diálogo no começo dele, que envolve três personagens, poderia ficar muito mais interessante, e até mesmo carregar uma maior carga dramática se houvesse verbos dicendis para complementá-lo.

Além disso, as palavras mais abaixo que estão grifadas, são porque não foram bem usadas. O uso de “descente” num período muito próximo pode gerar um estranhamento por parte do leitor, portanto repetir palavras de qualquer categoria, sobretudo adjetivos, não é aconselhável nunca. E nas duas seguintes, é relatado que o protagonista sentiu uma pancada na cabeça, logo após e descrito que essa pancada foi proveniente de um tapa.

Uma pancada e um tapa são coisas distintas. Eles geram ideias diferentes nas pessoas. Tomem cuidado ao usar essas palavras que geram esses recursos que servem para aumentar a tensão da cena, pois eles podem acabar dizendo algo que você não queria dizer.



O que mais chamou atenção daqui é o trecho grifado, finalmente um verbo dicendi! Mas ele está errado... Caso tenham notado, toda a novel até aqui foi narrada em primeira pessoa, e justo no dicendi, a narração muda do nada para a terceira pessoa. Isso ficou muito estranho, não apenas pela troca de narração, mas porque na sequência, ela volta a ser em primeira pessoa...

Não alterem abruptamente a narração de vocês, isso acaba com o texto, confunde demais, e depois nem vocês mesmos vão saber quem está falando o que.

 

Bem, pessoal, por hoje é isso, apesar de ser um caçadores mais curto em comparação com os caçadores em vídeo, gostamos muito de fazer esse tipo de conteúdo para vocês, e saber que vocês gostam tanto quanto a gente, é o nosso maior incentivo e recompensa!

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1 comentário

  1. Gostei muito do quadro, conheci o blog hoje e me interessei bastante pelos conteúdos em geral. Por favor não parem de trazer todo esse conhecimento de forma gratuita, muito obrigado pelo trabalho de vocês.

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