Sobre Gêneros & Expectativa

 Vamos falar sobre gêneros. Mas não sobre um gênero específico. Mas sim sobre gêneros. Mas que tipo de gêneros? E por que comecei as últimas três frases com um "mas"? Bom, continue comigo que vamos descobrir a resposta ou não.

    Primeiro, vamos deixar claro: temos mais de uma classificação de gêneros. Temos os gêneros literários, que são três: lírico, épico e dramático. Temos os gêneros textuais, que é o que diferencia o formato de uma light novel de um artigo acadêmico, por exemplo. E, obviamente, como a primeira definição que muitos de vocês devem ter tido ao pensar em "gênero", temos os gêneros que denominam tipos de histórias, como ação, aventura, romance, indo até para os mais nichos, como isekai, slice-of-life, etc.

    Deixado isso claro, vamos falar sobre esse último tipo de gênero hoje. Portanto, clique no Leia Mais e vamos começar a explorar um pouco sobre esse tema.

    Como você bem entendeu, estamos falando de gêneros que significam categorias de histórias. O que nos faz escolher uma história por ser de determinado estilo e conter o que esperamos ou não.

    Você, aspirante a escritor, quer revolucionar o mundo com a sua história. Isso é normal. É desejável. Afinal, se formos escrever algo já feito, por que estamos escrevendo? Porém, antes de sair por aí querendo quebrar todas as convenções e tabus (não, não é sobre isso), você precisa entender em que gênero está escrevendo e para que público.

    O público que lê light novels já é distinto do público que prefere os clássicos, por exemplo, mas essa é uma conversa para outra postagem. Você precisa entender que, ao pegarmos uma história de qualquer gênero, teremos expectativas para com ela. Vamos esperar certas coisas de uma história de romance, de uma de mistério, de um isekai, de uma aventura e pá pá pá.

    Só quando você dominar os básicos do gênero que deseja escrever, quando entender o que o leitor espera, que aí sim poderá compreender como surpreendê-lo de um bom jeito.

    Todo gênero tem uma base. Uma série de convenções, coisas que podemos esperar dele. São personagens específicos, com papéis específicos, eventos, cenários ou resultados que definem que tipo de história você vai contar. O leitor vai esperar por essas coisas. Ele vai buscar esse conhecimento comum na sua obra para ter certeza de que você está, sim, trabalhando com o gênero certo. Por exemplo, quando vemos que uma história é uma comédia romântica, esperamos que tenha um casal que passe por poucas e boas ou situações surreais que nos façam rir. E, para poder apresentar algo satisfatório aos seus leitores, você deve almejar por uma compreensão superior do gênero que está utilizando.

    Não é só gostar do que está escrevendo, é estudar, é compreender como funciona. É saber o que o leitor espera e brincar com isso. Em um romance policial, nós esperamos que tenha, logo no começo, um assassinato, ou um corpo seja encontrado, e o detetive seja chamado a cena para começar a investigação. Ao fazer uma cena dessas, você faz uma promessa não dita com o leitor de que esse mistério, de que descobrir como esse corpo apareceu aí, como essa pessoa morreu, será algo que ele vai encontrar se continuar lendo. Você precisa antecipar as expectativas do leitor.

    Quando for analisar o gênero que você quer escrever, busque o seguinte:

Qual o tipo de protagonista? 

    Se está escrevendo uma história de vingança, seu protagonista pode ser um cara todo alegre que fala "gratidão" para tudo? Se estiver escrevendo uma história de mistério, seu personagem precisa ter que características para chamar a atenção ou cativar o leitor?

Qual o seu antagonista?

    O gênero que você escolhe vai definir que tipo de antagonista a sua história pede. Esperamos um vilão que planeje destruir toda raça humana em um shounen de lutinha, mas não em um romance slice of life. 

Quais os seus personagens secundários? Que papéis eles exercem?

    Em fantasias, temos a figura do velho sábio que irá guiar o protagonista. Em mistérios, temos um ajudante que auxiliará o detetive. Cada gênero pede um tipo de secundário específico.

Qual o tom?

    Quando começamos a ler uma história de algum gênero, esperamos um tom específico. Ninguém começa a ler uma história de terror esperando um clima super feliz e amigável. 

Quais as cenas comum?

    A maioria dos gêneros tem uma receita de cenas que precisam estar lá. O romance tem as cenas de casal, cenas de confissão, o casal se conhecendo, etc. Algumas delas são opcionais, outras nem tanto.

Qual o gatilho?

    Qual será o gatilho que começará uma mudança na história? O que vai iniciar o conflito? Em histórias de terror, pode ser uma família se mudando para uma casa assombrada. Em uma história de mistério, pode ser um chamado para resolver um caso.

Qual o resultado?

    Você pode surpreender com alguma novidade, mas existirá sempre uma expectativa padrão de qual será o fim da trama. Esperamos que um caminhão atropele seu casal ao fim do romance? Não, e nem recomendo que você faça isso. 

Como nós vivemos dizendo, se quiser escrever algo, a primeira coisa que você vai precisar fazer é ler. Leia sobre o que você quer escrever, leia sobre o que você não quer escrever. Aprenda. Procure entender por que o gênero que você quer usar faz tal coisa de determinada forma. Não só espere que vai tudo funcionar porque você tem muita convicção que sua história é boa.

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