3 finais possíveis para sua obra

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    Nós já falamos bastante sobre como começar uma história. O primeiro capitulo, a primeira cena, o planejamento e o brainstorm. Agora chegou a hora de falarmos de algo que é tão importante quanto o início. Dessa vez, vamos pensar em maneiras de terminar sua história.

Para conhecer as alternativas de término, basta Ler Mais!





O final aberto: um artifício perigoso


    Finais abertos podem ser interessantes em determinadas ocasiões. Em outras, nem tanto. Uma história de investigação com foco na resolução do crime que não soluciona o crime é, no mínimo, decepcionante. Um livro que promete que o casal fica junto e termina com eles separados, também. O que faz um final aberto empolgante não é esse suspense barato: é permitir que o leitor preencha as lacunas e interprete o final da história por si mesmo. Entretanto, as coisas não são tão simples assim.

Antes de tudo, se questione sobre a razão de sua história precisar de um final aberto. Você quer passar uma mensagem específica — que as coisas nem sempre se resolvem, que casais nem sempre ficam juntos, que a história não termina com a morte do vilão? Sem um motivo bom o suficiente para sua história terminar com um final aberto, ela deixará apenas um gosto ruim na boca quando chegar ao fim.

Com sua motivação estabelecida, agora é hora de pensar em meios práticos para resolver esse impasse. Para pensar em um final aberto, primeiro resolva os conflitos e arcos de personagem. Deste modo, o leitor terá o sentimento de que algo foi resolvido — mesmo que não tenha sido o conflito principal. Mesmo que o vilão fuja da polícia, seu comparsa pode ter sido preso. Além disso, não é porque sua história terminou que ela morreu: mesmo que nem todas as pontas se conectem, mantenha a tensão até a última página.

Exemplos: “Nijigahara Holograph”, de Inio Asano e “Dom Casmurro”, de Machado de Assis.


Finais circulares: Todo fim é um começo e todo começo é um fim


Os finais circulares são caracterizados por uma história que volta ao começo depois que ela termina. Quase como aquele jogo em que você se equipa, enfrenta o chefe, morre e volta mais forte para enfrentá-lo outra vez. Esse tipo de final é interessantíssimo para histórias de mistério que abrem com um caso a ser solucionado: com o fim da história, retorna-se ao caso inicial e as respostas são obtidas.

Um outro caso interessante de finais circulares é para histórias com uma narrativa, também, circular. Histórias que envolvem loops temporais ou predestinações costumam gostar desse tipo de final, já que ele pode ser usado para ressaltar ainda mais o quanto certos personagens estão presos a sua linha temporal ou ao seu destino. É o clássico “não importa o que você faça, o fim da história já foi escrito.”

O grande segredo para esse tipo de final é um bom planejamento. Se você já sabe como sua história caminhará, você tem controle sobre quais informações o leitor (não) terá. Assim, voltar ao começo da narrativa e solucionar o mistério ficará bem mais fácil — e convincente.

Exemplos: “A Torre Negra”, de Stephen King e “O Vale do Terror”, de Sir Arthur Conan Doyle.



Finais clássicos: felizes para sempre


Algumas vezes, não tem como fugir. O melhor a se fazer é entregar o que o leitor espera. Um final amarradinho pode ser recompensador e acolhedor: é por isso que a maioria dos contos infantis termina com a ideia de que todos viveram felizes para sempre — ou que o mal chegou ao fim. Porém, há uma fronteira entre ser desejado e ser previsível.

Para não cair nessa armadilha, tente colocar alguma tensão antes do final. Ao inserir esse elemento que o leitor não esperava, o final que ele pensava ser o final definitivo se torna uma chance: e se ele não acontecer? E é aí que o final previsível fica mais interessante.

Outra artimanha é apresentar uma parte da história em aberto, deixando uma ponta solta proposital — que não afeta todo o resto — que pode levar o leitor a ficar curioso sobre a possibilidade de uma sequência. 

Por fim, você também pode apostar em jeitos diferentes de mostrar o final da história. Em vez de finalizar a história com todos rindo ao pôr-do-sol, você pode avançar no tempo e mostrá-los adultos. É o que acontece com Harry Potter, por exemplo.


Ficou com alguma dúvida, quer comentar alguma coisa ou simplesmente reforçar o quanto histórias ficam mais legais quantos menos coincidências houver? Para isso, pode usar nosso campo de comentários — sempre lembrando de ser respeitoso e legal com os outros colegas. E isso é tudo, pessoal!



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