Revisando! Kishotenketsu

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E aí, pessoal, tudo certo com vocês? Espero que sim! Hoje estamos aqui com mais um Revisando! E dessa vez, vamos abordar um assunto que é muito interessante para você, escritor que quer saber a base de como escrever uma história. Hoje, falaremos sobre a estrutura narrativa oriental mais usada, o Kishotenketsu.

Originalmente, ao longo dos séculos em que a humanidade criou histórias, sempre foram usados diversos métodos que pudessem intrigar os leitores e espectadores. Com o passar do tempo, em diversas culturas e modos de contá-las, foram criados vários modelos, métodos de fato, que pudessem intrigar e prender os leitores.

Esses “métodos” mais tarde foram chamados de Estruturas narrativas, as quais, algumas já foram apresentadas aqui no blog. Como quando a Tany apresentou a Estrutura dos Cinco Atos ou a Estrutura dos Três Atos, e quando o Vong nos relembrou como funciona em detalhes a velha e boa Jornada do Herói.




Mas e esse tal de Kishotenketsu? Como funciona? Onde vive? O que come? Calma, Ferona, não tema. Me acompanhe que irei lhe mostrar.

 

Kishotenketsu nada mais é que uma estrutura narrativa tradicional japonesa que tem sido usada na literatura, teatro, poesia e outras formas de arte. É uma forma de contar uma história que difere da estrutura ocidental clássica de começo, meio e fim.

A palavra Kishotenketsu é composta por quatro caracteres kanji: ki (), sho (), ten () e ketsu (). Cada caractere representa uma parte da estrutura narrativa e juntos eles formam o Kishotenketsu.

A primeira parte, ki, é a introdução da história. É onde o cenário é estabelecido e os personagens são apresentados. Nesta parte, não há conflito ou problema, é apenas a configuração do ambiente.

A segunda parte, sho, é onde a história começa a se desenrolar. É onde o problema é introduzido. No entanto, em vez de um confronto direto entre personagens, o conflito é sugerido por meio de pistas e insinuações.

A terceira parte, ten, é o ponto de virada da história. É onde a reviravolta ocorre e o conflito é resolvido. Em vez de uma batalha direta, a resolução é sugerida por uma mudança sutil na dinâmica da história.

Finalmente, a quarta parte, ketsu, é a conclusão da história. É onde o significado mais profundo da história é revelado e tudo é amarrado em um final satisfatório.



O Kishotenketsu é uma forma interessante de contar uma história, pois é menos direta do que a estrutura ocidental clássica de começo, meio e fim. Ele permite que o leitor ou espectador preencha as lacunas e use sua própria imaginação para compreender a história.

Em resumo, Kishotenketsu é uma forma de contar histórias única e intrigante, que se concentra na sugestão sutil do conflito e na resolução de uma maneira não convencional. É uma técnica narrativa que tem sido usada há séculos no Japão e continua a ser relevante na arte contemporânea.

Então por hoje é isso, pessoal. Espero ter ajudado vocês a aprenderem algo novo, ou então, a desvendar mais uma técnica de escrita para que vocês apliquem e façam obras cada vez mais incríveis de se ler. Se tiverem alguma dúvida sobre o que foi dito aqui, convido vocês a escreverem na aba de comentários, ou se preferirem, podem entrar no nosso servidor do discord e tirar suas dúvidas por lá, aproveitando e trocando uma ideia sobre suas técnicas narrativas favoritas. Muito obrigado por lerem até aqui, até a próxima, e se cuidem!

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3 comentários

  1. Eu vi um vídeo sobre, gosto desse método.

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  2. Será que esse modelo funciona com novels? Pois, vejo muito se falar que a história precisa começar com o conflito, para prender o leitor.

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    1. E aí, PCMarin, tudo bem? Respondendo sua pergunta, sim, esse modelo funciona com light novels. A ideia de iniciar a história com um conflito ou ponto de tensão, ajuda a instigar o leitor a continuar a ler o capítulo. Mas lembre que estabelecer mundo e personagens nesse primeiro momento também é tão importante quanto o conflito em si, já que você mostrará o contexto de tudo ao leitor e a curva de tensão aumentará conforme a narrativa do capítulo.

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