Estratégias para desenvolver seus personagens - Parte 2

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    Você e seu personagem compartilham ao menos uma coisa em comum: a mudança. Na postagem anterior dessa sequência — que já chegou ao fim —, conversamos um pouco sobre alguns fatores que podem causar mudanças nas vidas dos personagens. Agora, vamos falar sobre outros três tópicos: crenças, sabedoria e envelhecimento.

Se ficou curioso, basta Ler Mais!




Mudança de crenças

O desenvolvimento de personagens também passa por mudanças de crenças, ideologias e modos de ver o mundo. E a mudança desses pensamentos frequentemente leva a mudanças de comportamento. Usualmente, todo esse processo é acompanhado por um questionamento constante sobre o que é verdade, o que é bom e o que é necessário. 

Pense no que seu personagem acredita no começo da história. Agora, com base no desenvolvimento planejado para ele, tente visualizar quais mudanças de crenças ele sofrerá até o final da história. Quais eventos mudaram sua visão de mundo, seu posicionamento político e sua identidade? Essa mudança trouxe mais liberdade ou mais sofrimento?


Sabedoria e ignorância

Na ficção — e na vida real —, a mudança de ignorante para sábio (e o contrário) é mais comum do que parece. A aquisição (ou perda) de conhecimento pode acontecer de um jeito engraçado, trágico, romântico ou dramático. Tudo depende do tom da sua história e do tipo de arco que você planejou para o personagem em questão.

Esse tipo de desenvolvimento é muito comum em histórias de fantasia, já que o arquétipo de mentor é especialmente proeminente por lá. Afinal de contas, todo mundo já leu alguma história que envolvesse aprendizes, mentores, magos, feiticeiros, escribas e pergaminhos de magia. Neste caso, os autores precisam pensar sobre questões como: “como conjurar a magia?; como controlar os poderes?; o que os personagens aprenderão sobre si e sobre o mundo?”. 

E a perda de conhecimento também pode assumir diversas formas. Um ator pode sofrer um acidente e perder grande parte da sua memória. Uma advogada pode perder sua licença e ter de arranjar um novo emprego, desaprendendo e aprendendo a viver de outra maneira. Afinal de contas, conhecer é um termo amplo: o que esse aprendizado ou essa perda pode fazer seu personagem se tornar?



Envelhecimento

Existe um tipo de romance chamado de Bildungsroman. A tradução livre do termo seria algo como “romance de formação”. Esse tipo de história enfatiza os anos de desenvolvimento de alguém, comumente indo desde a infância até a vida adulta. Entretanto, os romances de formação também podem contemplar períodos maiores ou menores do que esse. Nesses romances, o foco está no desenvolvimento do personagem. 

Mas o envelhecimento não está restrito aos romances de formação: ele pode ser um tema importante de qualquer história. Há muitos jeitos de envelhecer ou de se desenvolver enquanto pessoa. Com dor, sem dor, com drama, sem drama, de um jeito engraçado ou trágico. E nem todo mundo reage do mesmo modo às circunstâncias da vida. Quando pensar sobre um desenvolvimento que tem o envelhecimento como fator principal, pense sobre: a aquisição de novos conhecimentos; a luta contra traumas e desafios; o status de saúde e o quanto o personagem ainda se parece com uma criança ou um adolescente. 


E por hoje é só! Continuaremos em breve com a segunda parte dessa dupla-postagem sobre ideias para desenvolvimento de personagens. Se tiver alguma dúvida, pode deixar aqui no campo dos comentários — ficaremos muito felizes com seu engajamento!


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